Wednesday, August 12, 2009

Eleições

Em tempo de eleições, sabemos todos (espero) que qualquer palavra, discurso, crónica, etc. debitada por membros de partidos e/ou gente com ligações/aspirações partidárias ou até com o desejo do muito português tacho não possam ser levada muito a sério, mais não seja por simplesmente serem pedaços de intelectualidade parciais e obviamente falaciosos. No entanto, há sempre uma certa verdadenas suas palavras, caso contrário tudo isto seria tão ridiculo que até o mais idiota dos eleitores riria de toda a democracia. Importa assim pensar sobre o que nos "dizem" e fazer m julgamento imparcial das nossas próprias aspirações e desejos.

Em Portugal, há duas opções de governo: PS ou PSD. Qualquer outro partido, actualmente, apenas se pode iludir quanto a governar o país. Declaro desde já a minha inclinação politica pela esquerda, apesar de me considerar apartidário: os interesses de partidos nunca beneficiam as massas populacionais e o bem destas é que considero essenciale importante, o resto é superfulo, dai não acreditar em partido algum, da esquerda à direita, dos extremos ao centro.

Qualquer partido que prometa Emprego está a mentir: é algo que apenas muito indirectamente está nas mãos de um governo, seja qual for a ideologia ou cor politica, controlar. O Estado há muito que perdeu o controlo da economia, e neste ponto concordo em absoluto com a lengalenga da direita PSD sobre a importancia das PMEs e do apoio que estas necessitam do estado, nao creio no entanto que o estado deva injectar constantemente subsidios e capital nelas: uma empresa gera dinheiro pela sua actividade profissional e competencia, não por o estado a permitir sobreviver num estado morte eminente. No entanto, para que possam sobreviver as PMEs, é necessário um conjunto de infra-estruturas (não apenas fisicas) que suportem o nascimento e crescimento destas, dai considerar essencial que antes destas se criem as redes necessarias ao livre-transito de informaçao e bens, humanos e materiais, entre o país e o estrangeiro, preferencialmente até o segundo, pois o nosso país pela sua escala está condenado a ter de se relacionar com os outros mais do que conosco se tem algum desejo de se impor como nação digna desse nome. Assim sendo, TGV e Aeroporto novinho em folha são necessários, apesar do encargo que representam para as gerações futuras (pergunto: o Aeroporto da Portela quando foi feito foi pago de imediato? não teve consequencias nas gerações seguintes à que o planeou e contruiu? recebia já o volume de tráfego aéreo que recebe hoje e que consegue comportar? a rede ferroviaria do país caiu no nosso territorio de imediato e à borla? a rede de estradas e auto-estradas (que considero excessiva) construiu-se num dia? custou 0€? Alguém nega a necessidade e a mais valia que, apesar destes contras, estas estruturas hoje nos são?). O traçado do TGV concordo em absoluto que é discutivel, apesar de considerar benéfico para o país, a médio/longo-prazo a sus existencia.

O problema em Portugal de se dar apoio às PMEs é que estas, na sua grande generalidade, são geridas por negreiros modernos. Não geram, de facto, riqueza, pois o capital que estas geram não se dissipa na população activa do país, mas num grupo algo restrito. A grande maioria das empresas paga menos que o ordenado minimo nacional ou este, que é claramente insuficiente para o preço que tudo custa. Quando não assim é, as empresas vão-se servindo constantemente de estagiários, que trabalham ou à borla e por amor à camisola (leia-se esperança quase sempre vã de conseguir um emprego porcamente mal pago) ou por uma ninharia miserável que nem para pagar as deslocações ao local de trabalho chega. E isto acontence tanto com pessoas sem qualificação académica/profissional como com as que a têm.

Enquanto não existir um forte sistema judicial que puna EXEMPLARMENTE este tipo de escravidão mascarada de nada serve injectar capital nas PMEs, é como dar dinheiro a ladrões para minimizar o crime.

Outra premissa importante ao crescimento das PMEs é o facto de que são estas que empregam grande parte da população, e uma grande parte da (desta) população está no desemprego. E a maior parte da população activa desempregada são precisamente jovens e recém-licenciados (+/-30% jovens contra os quase 10% que são toda a outra população desempregada). Recém-licenciados que, literalmente, pouco ou nada sabem e assim também não podem ser nem úteis ao país nem úteis a si próprio, pois um canudo só por si não significa competencia nem conhecimentos nem profissionalismo.

O Ensino Universitário em Portugal devia ser Vergonha Nacional. As instituições que supostamente preparam as pessoas para uma vida profissional neste território à beira mar plantado fazem um trabalho ridiculamente mau. Não consigo compreender como é possivel que alunos faltem a aulas, não façam testes, não presenciem aulas teóricas, acabem cadeiras com notas relativamente boas, muitas vezes sem sequer ser pelas inevitáveis cunhas (que em qualquer lado sempre existirão). Acho Absurdo que se tire um curso superior com cadeiras mais fáceis que disciplinas do secundário. Como pode ser superior se um adolescente sabe matérias mais complexas? que conceito de Superior é esse?
Considero Absurdo que no ensino superior se possa fazer coisas absurdas como fazer apenas uma cadeira, ou nenhuma até. Se um aluno não tem um aproveitamento decente, não merece estar numa universidade, vá-se embora e ceda o lugar a alguém que de facto deseje aprendar e saber. Para que isto aconteça, também a avaliação tem de ser revista: actualmente é uma verdadeira palhaçada. Impera a cábula desenfreada com muito pouca consequecia quando descoberta, impondo-se até com algum ajuda dos professores que pura e simplemente não querem saber. Os critérios de avaliação são também em demasiadas áreas e cadeiras propositadamente subjectivos de modo a permitir-se que caba à vontade do professor a avaliação, sobrepondo-se não raras vezes a opinião pessoal do professor e o agrado que certos alunos lhe dão, invés de se avaliar o real valor das capacidades e conhecimentos do aluno, variando até os critérios de avaliação de aluno para aluno de modo a justificar notas.

Assim se compreende como Portugal continua e continuará constantemente vitima das raivas e vingançazinhas politicas dos eleitores, de 4 em 4 anos muda-se a cor partidária, ou no máximo de 8 em 8, mudando as pessoas o seu voto de acordo com o enjoo que têm com o governo actual e não com as medidas realizadas ou por realizar, pois tudo no país falha, tudo o que são problemas primordiais no país são segundo plano prepositadamente, sem que as pessoas realmente se mexam contra este ridiculo estado da nação pois no fundo, no seu intimo, até não se importarem com este paradigma, desejando apenas sair do fundo da cadeia alimentar e subir de escravo para negreiro, iludindo-se na possibilidade de isso realmente vir a acontecer numa sociedade cada vez mais semelhante a feudos medievais, cuja grande diferença é o que hoje em dia são esses "feudos".

As eleições não servem assim para grande coisa. Servem principalmente para termos a satisfação de vivermos numa democracia, onde de 4 em 4 anos podemos escolher as viboras que nos irão envenenar.

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