Ando a escrever. Demais.
Escrever é coisa de demente. É falar conosco próprios para que os outros nos oiçam. Ou simplesmente falar mudo para ninguém ouvir. De qualquer das maneiras, é um acto contraditório.
E eu contradigo-me. Ao escrever por mim e por tantas outras pessoas que não sou, seja pela diversão de conhecer estórias da minha própria mente, explorar divagações, viver ideias e perceber experiências de vida que não possuo, ou outra qualquer odisseia psicológica, tudo isto transposto para um suporte possivel de ser recordado na mixórdia confusa de diferentes e inexistentes autores apenas distinguivéis pelo meu conhecimento deles enquanto seu criador torna-me possuidor de uma personalidade estranha, algo complexa e indefinivel.
No limite, temo até que ligeiramente esquizofrénica. Não num sentido real, pois eu, sendo eu, conheço-me e sei que mantenho a lucidez, mas aquilo que dou a conhecerde mim aos outros, mais não seja pelo entusiasmante desafio de criar nas pessoas a questionalização do "eu", é de tal forma um grupo de pessoas completas, diferenciadas entre si por atitudes, ideias modos de vida, objectivos, tendo em comum basicamente apenas a história, heterónimos portanto, tão profundas que põe em risco a minha própria identidade, não se sabendo realmente qual delas é a verdadeira.
Não sei lidar com isto. Pelo menos de um modo conveniente. Pelo menos não de um modo perceptivel e claro a todos que não eu. E o perigoso, para mim até, é a necessidade de continuar este cruel e divertido jogo. Sou, resumindo e concluindo, Louco.
Cómico, o gostar de não gostar de gostar de escrever. Pena isto não ter valor algum.
Escrever é coisa de demente. É falar conosco próprios para que os outros nos oiçam. Ou simplesmente falar mudo para ninguém ouvir. De qualquer das maneiras, é um acto contraditório.
E eu contradigo-me. Ao escrever por mim e por tantas outras pessoas que não sou, seja pela diversão de conhecer estórias da minha própria mente, explorar divagações, viver ideias e perceber experiências de vida que não possuo, ou outra qualquer odisseia psicológica, tudo isto transposto para um suporte possivel de ser recordado na mixórdia confusa de diferentes e inexistentes autores apenas distinguivéis pelo meu conhecimento deles enquanto seu criador torna-me possuidor de uma personalidade estranha, algo complexa e indefinivel.
No limite, temo até que ligeiramente esquizofrénica. Não num sentido real, pois eu, sendo eu, conheço-me e sei que mantenho a lucidez, mas aquilo que dou a conhecerde mim aos outros, mais não seja pelo entusiasmante desafio de criar nas pessoas a questionalização do "eu", é de tal forma um grupo de pessoas completas, diferenciadas entre si por atitudes, ideias modos de vida, objectivos, tendo em comum basicamente apenas a história, heterónimos portanto, tão profundas que põe em risco a minha própria identidade, não se sabendo realmente qual delas é a verdadeira.
Não sei lidar com isto. Pelo menos de um modo conveniente. Pelo menos não de um modo perceptivel e claro a todos que não eu. E o perigoso, para mim até, é a necessidade de continuar este cruel e divertido jogo. Sou, resumindo e concluindo, Louco.
Cómico, o gostar de não gostar de gostar de escrever. Pena isto não ter valor algum.
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