Saturday, March 14, 2009

Pessoas

Incrivel como a aparência das pessoas dissimula o que são. Como olhas para ela, prevêsuma personalidade e ela abre a boca e de repente não é ninguém. Não diz nada. Uma desilusão. Um diálogo completamente previsivel, já ouvido, já dito, já merdoso. Irrita.

Cala-te fodace.

Sempre a mesma puta de conversa, sempresempre a mesma puta de tema, sempre o mesmo. Que irritante falsidade nojenta. Muda porra!



(obg S. pela ajuda a relembrar o esboço*)

Thursday, March 12, 2009

Mundo cruel (?)

Gosto de ser homem. Porque é fácil ter mulheres.

Uma mulher, neste mundo, se não for fisicamente bela, pobre coitada, está lixada no mundo. Se for gorda, feia, pouco atraente, ninguém quer saber dela. Terá grandes dificuldades em arranjar trabalho, em ver o seu valor reconhecido, em ser valorizada. Já para não falar no campo amoroso, onde se não for "aceitável" terá uma vida votada a encalhar em falhados que por desespero e incapacidade de sacar melhores, contenta-se com elas. E nunca serão felizes. Dirão que são, demonstrarão que venceram na vida, mas lá dentro todas elas sabem que foram um falhanço.

Um homem, neste mundo, se não for fisicamente belo, basta-lhe ser rico. ou famoso (as mulheres adoram a atenção do resto do mundo). A verdade é só esta; por muito asqueroso que um homem seja, desde que tenha posses, sempre existirão cabras mais do que dispostas a tudo para ter uma fatia da fortuna. Mesmo que não a tenham, o quimera de a possuir leva-as a serem manipuladas por um gordo baixo feio e careca, desprovido muitas vezes de moral e honra, que tem total consciencia disto que acabei de escrever. E serão felizes, pois não desejam lá no fundo ter o valor reconhecido, não desejam ser amados porque o mundo foi-lhes menos superficial (a mulher ssofre muito com a imagem, o homem tem de superar isso bastante cedo) e não lhes é parte primordial da sua felicidade.

O triste é que não deveria gostar de ser homem. Isto são partes da vida de sociedade moderna e pós-moderna que não dignificam em nada o ser humano enquanto presença honrada no mundo. As razões pelas quais hoje somos ou não felizes (um alguém qualquer ama ironias descaradas mas subtis como esta) são de uma idiotice e superficialidade brutal. Já vai sendo altura de o Homem mudar, não?

Wednesday, March 11, 2009

Dinâmicas à português

Portugal sofreu a partir da década de 60 um insustentável exodo rural para as cidades, na busca de uma vida mais digna. Porém, o país não estava minimamente preparado para enfrentar esta brusca alteração social, de consequências económicas e financeiras: a população não tinha a cultura e capacidade intelectual desenvolvidas o suficiente  para aceitar  e compreender o estilo de vida em cidade, o que, aliado à sua falta de capacidade monetária, os impedia de conseguir habitar em condições condignas.
Este problema, rapidamente foi aproveitado pela indústria da construção, que iniciou um caos urbano que se estende até aos dias de hoje; o bairro da brandoa é um exemplo claro da proliferação de bairros clandestinos criados por esta mentalidade, vazios de acessibilidades ou serviços básicos, entretanto legalizagos por falta de coragem politica para encarar verdadeiramente o problema.
A situaçção chegou entretanto a um ponto de ruptura, e não é mais possivel compactuar com ela e aceita-la. Urge assim a criação de legislação que defenda os interesses da comunidade e não os de alguns privados, como também urge a real fiscalização e vigilância para que a lei seja cumprida. Mas acima de tudo, urge alterar o que em quase 50 anos de caos não se conseguiu modificar: Mentalidades.

Artists

There is no greater goal in life than to change other people's life. In a good way.

Tuesday, March 10, 2009

As mulheres são seres magnificos. Encantam-me com poucos artificios ou truques. Entre as suas caractristicas ferais, uma que me causa algo é a sua efemeridade: todas são substituiveis, com até relativa facilidade. Quero acreditar que isto não é regra, e que um dia (as ilusões têm um sabor dolorosamente doce porquê?) encontrarei uma que contraria a tendência, no entnato, e apesar de cada uma ter as suas particularidades, nenhuma até hoje teve a minima capacidade de me marcar. Todas não tiveram intelecto para ser mais que um simples objecto de consumo, mais ou menos imediato, fisico ou psicologico. Esta sua existencia parca de sentido e ...profundidade para com os outros entristece-me tanto.

Sunday, March 08, 2009

Sem abrigo

Pó caralho. Pensas que o quê? tens nojo de mim? merda para ti,achas que me importo? tu, daí, a julgar-me, por remexer o lixo. os restos dos outros. Os restos dos outros. Os teus restos. Fodace. Também já vivi, pensas o quê? que és único? que és especial? que a tua vida tem valor? estúpido de merda. De merda mesmo. Sabes lá o que é a vida... Fodace.
Sim pah, também tive mãe, pensas o quê? sou doutro planeta não? cai do espaço não? fodace. Vidinhas do caralho, amparadas pelos papás riquinhos, nunca sofreram na vida, sabem lá da puta da vida. vocês e os vossos carros, as vossas roupas novas, limpas, quentes, não sabem, não sabem o que é dormir ao frio filhos da puta, num cartão. O que é a minha vida. O que é olhar pa todos e ter nojo. de vocês e de mim. Chegar aqui. Pó caralho. Goza filho da puta, goza, eu também gozei, para aqui virás. Quero ver, quando tiveres de comer a merda dos outros, os restos, o que ninguém quer. Ah, sempre quero ver, a primeira vez que vomitas o nojo. menino de merda. pipi do caralho. Fode-te. Sim pah tenho a roupa rasgada, porquê, tens problemas com isso é? tens? anda cá caralho, anda cá fodace.

Reza cabrão, reza pa que a vida não te foda. Não te foda como me fodeu a mim. Nunca sabes, nunca podes saber nem confiar. hoje tens sonhos, dormes, tens cama. Amanhã cagam pa ti, nunca foste importante; o mundo não quer saber. Dá-te a merda que caga do prato e tu lutas por ela. Fodace. Não vales nada, ninguém sabe quem és, ninguém quer saber de ti. Não nada cabrão, não nada. A culpa disto é dos engravatadinhos de merda, matava-os a todos,mamam tudo não deixam nada, filhos da puta.

Fodace almondegas. Deitaram almondegas. Carne caralho, vou comer carne. Luxo do caralho. Tás a olhar? olha caralho. Caguei pa ti. Pa todos, vou comer é o que importa. Sobrevivi bardamerdas, percebes-te? sobrevivi. Pó caralho mundo da merda, Hoje não há fome.

Saturday, March 07, 2009

sanity check

Ando a escrever. Demais.

Escrever é coisa de demente. É falar conosco próprios para que os outros nos oiçam. Ou simplesmente falar mudo para ninguém ouvir. De qualquer das maneiras, é um acto contraditório.
E eu contradigo-me. Ao escrever por mim e por tantas outras pessoas que não sou, seja pela diversão de conhecer estórias da minha própria mente, explorar divagações, viver ideias e perceber experiências de vida que não possuo, ou outra qualquer odisseia psicológica, tudo isto transposto para um suporte possivel de ser recordado na mixórdia confusa de diferentes e inexistentes autores apenas distinguivéis pelo meu conhecimento deles enquanto seu criador torna-me possuidor de uma personalidade estranha, algo complexa e indefinivel.
No limite, temo até que ligeiramente esquizofrénica. Não num sentido real, pois eu, sendo eu, conheço-me e sei que mantenho a lucidez, mas aquilo que dou a conhecerde mim aos outros, mais não seja pelo entusiasmante desafio de criar nas pessoas a questionalização do "eu", é de tal forma um grupo de pessoas completas, diferenciadas entre si por atitudes, ideias modos de vida, objectivos, tendo em comum basicamente apenas a história, heterónimos portanto, tão profundas que põe em risco a minha própria identidade, não se sabendo realmente qual delas é a verdadeira.

Não sei lidar com isto. Pelo menos de um modo conveniente. Pelo menos não de um modo perceptivel e claro a todos que não eu. E o perigoso, para mim até, é a necessidade de continuar este cruel e divertido jogo. Sou, resumindo e concluindo, Louco.

Cómico, o gostar de não gostar de gostar de escrever. Pena isto não ter valor algum.

Monday, March 02, 2009

...

Como defendido no "1984", algo que ao ler me parecia completamente impossivel, a parte mais frágil da estória e improvavel d ser verdade, acaba por ser na realidade a que mais depressa me obrigo a admitir ser verdade por experiencia própria. A mente de facto sobrepõe-se a tudo: conseguimos acreditar e tornar verdade aquilo em que acreditamos, seja verdade ou não. A verdade é uma questão de mentalização, quanto mais nos convencemos a nós próprios e nos damos a acreditar que determinada coisa é verdade, ela é. Ou melhor, acaba por ser, a nossa mente permite-nos esse truque! passamos a acreditar VERDADEIRAMENTE em algo a que nos propomos inicialmente a acreditar, mesmo sabendo a falácia que é. Por exemplo, ao argumentarmos conosco próprios que gostamos de alguém, o que sentimos em relação a essa pessoa muda para aquilo a que nos propomos a ter como verdade: acabamos por de facto gostar dessa pessoa. o inverso é no entanto mais complicado mas, ainda assim, possivel. Ou assim quero acreditar.

Sunday, March 01, 2009

crueldades

As pessoas deprimidas têm uma beleza ... que não sei bem explicar. É enternecedor o seu ar perdido no mundo, o olhar vazio, as completa ausência de perspectivas de futuro, aquela auto-estima tão diminuida, tão frágil, tão ridicula, tão inexistente. O conformismo provocado por ansioliticos e anti-depressicos, adoro de um modo cruel e até algo sádico (convenhamos, as pessoas sofrem ao ponto de o suicidio ser para si próprias a melhor solução, preferivel à dor de viver). Acho que se prende com o olhar. É o olhar que me encanta. É tão verdadeiro aquele olhar. Tão forte. Tão forte de ser tão fraco. Tão transparente de todas as fragilidades emocionais, o não ter qualquer vida é tão transmissor de uma existência sofrida e sentida, por algo ou alguém, não interessa, é irrelevante. A confiança cega num médico qualquer (só por aqui se vê o quão alienados do mundo as pessoas deprimidas estão) que os desconhece, que em meia dúzia de sessões os convence que sabe o suficiente da sua vida para lhe apontar o caminho a seguir, a falta de fé em si mesmo transmitida pela fé pelo profissional de saúde, o confiar. É tão bonito quando as pessoas confiam. Resulta sempre mal, mas tão bonito. Não chega à poética lirica do Belo, mas é bonito, admitamos, é. O olharmos-nos ao espelho, questionarmos-nos, o porque das nossas acções, o porquê de nós, o porquê de ainda não termos acabado com a vida, o porquê de andarmos a adiar o inevitável, a mariquice pegada que somos, a desculpa esfarrapada de pessoa, a vergonha, a vergonha de ainda vivermos, de não sermos bons, de não sermos os melhores, de toda a gente à nossa volta ter mais importância que nós. Ó que é tão bela a miserável consciencia da nossa própria irrelevância. O espelho é um objecto magnifico. As emoções e introspecções que provoca anossa própria imagem. O ser humano é tão narcisista, a nossa própria imagem faz-nos pensar no papel das pessoas no mundo. no nosso papel. na inexistência clara e objectiva de um papel para nós. a imagem de eufaz-nos perceber em depressão que não somos ninguém nem nada está reservado para nós. o confronto interior com a não importância do nosso ser no mundo é uma reação digna de recordação. As pessoas deviam ter guardado em fotografia mental o momento em que nascem, o primeiro beijo (enfim, é um sentimentalismo bonito que até que é fofo recordar), o primeiro desgosto de "amor" (partindo do principio que o leitor(a) acredita nesta balela), e o momento em que descobre que não é ninguém. Caramba. Há melhor momento de humildade profunda do que esta concretização? Quem nunca teve uma depressão não merece respeito. Não sabe verdadeiramente o se lugar no mundo, não passou pela experiencia de não se compreender a si próprio e de lunáticamente questionar tudo e todos, questionar-se a si próprio, não saber por momentos distinguir a realidade da alucinação, não se temer a si próprio. E daí, talvez isto não seja depressão, talvez seja psicose doentia ou algo do género, paranóia ou dupla personalidade à lá esquizofrénico. Mas com consciencia da própria loucura. OS dementes são tão cativantemente encantadores. Qualquer dia compro uma moradia unifamiliar com telha lusa, relvinha e jardim com uma pequenissima piscina em forma de feijão, e no quintal enfio uma casota onde guardo um(a) pscicótico(a) preso(a) pelo pescoço. As maravilhosas tardes de folia que iremos ter!

caminhar à noite na pior cidade do pais

quem não gosta do silencio da noite cortado pela sirene da policia