Friday, January 04, 2008

Vai ser giro Ler isto daqui a uns anos

De inicio, o "objectivo" é criar uma ideia, algo novo, um "conceito". Ese conceito evolui para deixar de ser algo vago, descaractrizado, impossivel de materializar para uma ideia de espaço. Dessa transformação epacial, que vive por si só, introduz-se o meio envolvente, a realidade que rodeia a intervenção (desejavelmente) arquitectónica. Depois tudo isso é requestionado. Não digo que toda a música do território enquanto suporte conceptual não seja verdadeira, útil, possivel, whatever, simplesmente, questiono-me se isso será assim tão profundamente e intriscecamente necessário, ou melhor, se deverá ter assim tanto peso? Não será possivel criar arquitectura, espaço habitavel (que é, ao fim ao cabo, a sua utilização: viver um espaço), utilizando as caractristicas envolvente de um modo não tão... vincado? de um modo extremo, não será possivel ignorar isto tudo e no fim, por incrivel que pareça, ainda assim criar boa arquitectura?
e já agora, o que é boa arquitectura? e porque a maioria das pessoas não conseguirá vê-la, ou gostar dela e apreciá-la, tendo nós arquitectos a tendência de os catalogar de imediato como ignorantes e incultos? (não que não o sejam; a verdade incontornável é que estamos perante uma geração adulta que neste momento tudo julga saber e sobre tudo julga ter uma opinião muito bem formada e correcta, e pior, que a sua opinião é que interessa, esta ela certa ou errada, e não se preocupando minimamente em torná-la mais correcta ou acertada.)

Hipotéticamente, uma aldeia "tradicional", casinhas todas iguais, com uma identidade muito vincada. Na eminencia de um arquitecto criar lá algo, de café a habitação, que idiotice macabra o obrigaria a fazer mais do mesmo? ou melhor, porque raio deveria ele fazer igual ao que lá está?
"ah porque senão destoa, fica diferente de tudo o que já lá esta"
1. lá por já lá estar, não significa que esteja bem. e se não está bem, e se vai mudar, muda-se para bem.
2. é tudo igual porque foi tudo construido (regra geral) relativamente na mesma altura. e está tudo daquele modo porque naquele local, naquela altura se contrui-a assim. Hoje não é aquela altura. Assim sendo, porque se haveria de fazer regresso ao passado e construir com os defeitos e erros do passado?
3. Uma coisa e respeitar a tradição, outra é copiá-la. E com a cópia raramente se avança. Hoje, amanhã e á mil anos atrás.

Nunca compreendi o "não porque não, está mal porque está mal" contra o "é assim, diferente, possivelmente errado, experimental, mas justificado por A, B, C e D...". não, a sério que não percebo. Custa-me.

0 comments: