My country is a dying whore. Empresto a frase cinemática para resumir o pedaço de terra a que chamo pátria. Isto é uma palhaçada completa, numa bandalheira, na qual a Grande Porca (como Henrique Medina Carreira tão bem ilustra recorrendo a Rafael Bordalo Pinheiro) se vai divertindo violando-a.
Nós, humanos, apesar de possuirmos uma personalidade própria, agimos para com o mundo do modo como o mundo age connosco, parece-me ser uma atitude defensiva basilar da sobrevivência humana, e apesar também de este país não tratar os seus cidadãos decentes de um modo minimamente aceitável, eu considero que não tenho como missão existencialista destruir-lhe o futuro como ele tão bem tenta destruir o meu (nosso), mas sim, atitude revestida de preocupação para comigo e para com quem comigo também habita esta terra (essencial a qualquer cidadão), tentar encontrar alternativas para que a Grande Porca use as suas tetas para todos os portugueses, e não para quem demonstra ser bacorinho.
Junto-me assim ao coro de vozes revoltosas com a distinção de pensar no que digo antes de largar o bitaique e não possuindo uma agenda própria, já que pessoalmente não me revejo na sociedade actual portuguesa e pretendo viver grande parte da vida longe dela. Tentarei por isso olhar para Portugal como um problema crónico que necessita de uma cura e não um analgésico e penso rápido, que dispensa as as mezinhas e rezas dos antepassados, mas sim as soluções do pensamento crítico possível hoje.
É-me evidente que em Portugal o Estado é Rei. E contrariamente ao que muita gente pensará, não julgo que isso por si só seja negativo. Da maneira como está implementado hoje é-o certamente, mas na sua essência parece-me até uma lógica positiva. Porque o Estado, Nós, necessitamos de um Estado forte e vigilante, graças à profunda cultura de chico-espertismo que grassa na nossa sociedade. Este é, no entanto, tão vulnerável a esse vírus intelectual como qualquer outra instituição. E isso é necessário combater. E combate-se como? Bom, não possuo resposta milagrosa, muita gente terá certamente uma visão mais correcta que a minha, mas do resultado de uma pequena reflexão surge-me como resposta a imperiosa necessidade de impedir que posições de governo sejam compatíveis com mais tardias recompensas profissionais. Um cargo público tem de ser um cargo de serviço civil, nada mais. Assim, proponho:
1. - Um membro de governo não pode ter qualquer relação com qualquer empresa (pública, privada, público-privada, não interessa) nos 10 anos seguintes à cessação do seu mandato, caso o seu ordenado seja superior ao que auferia enquanto pertencente ao governo.
2. - O ordenado de qualquer membro de governo não pode ser superior a 5 vezes o ordenado mínimo nacional. Parece-me lógico que alguém que governa maioritariamente pessoas que recebem o ordenado mais baixo possível no pais não tenha a estes uma distancia monetária muito superior aos seus súbitos, apenas assim compreende o impacto das decisões que impõe.
3. - Toda e qualquer decisão que implique gastos do erário público necessita de concurso público. Isto quer dizer que não mais existiria qualquer contracto com adjudicação directa. Impede-se assim o desfalque das contas públicas e uma maior igualdade de oportunidades entre a população.
4. - Ser deputado é uma representação parlamentar da opinião pública. Cada deputado representa as decisões e opiniões de toda a população portuguesa, é para e por isso que lá está. Ser deputado portanto é um serviço que obriga a constante modificação de pessoal, pois as pessoas não sabem constantemente o que o povo deseja, nem representa constantemente toda a gente. Parece-me lógico por isso que ninguém possa ser deputado mais de 10 anos. E que o ordenado auferido por estes não possa ser superior a 3 vezes o ordenado mínimo nacional. Isto evita que alguém utilize o cargo de deputado para proveito próprio e não para proveito público, ao fornecer-lhe uma remuneração que não cola com o estilo de vida faustoso a que aquela corja está habituada, obrigando-os a ter profissão declarada, com rendimentos declarados, e usando o cargo de deputado como um extra onde vai servindo a população geral. Não mais se fará de cargos políticos uma carreira profissional. Para reforçar isto, os deputados deixam de ser escolhidos pelo líder do partido politico. Sofrem sufrágio como os próprios lideres, estão sujeitos à escolha pública.
5. - Representar a vontade dos Portugueses é a razão pela qual o parlamento existe, legislar as leis que facilitam e ordenam a vida da população. Faltar a este dever é absurdamente desrespeitoso para com todos. Qualquer deputado que o desrespeite tem assim de ser chamado à responsabilidade desta falha para com o povo português: paga 10% do ordenado por cada vez que falta à assembleia, podendo faltar no máximo 10 vezes. E não existem faltas justificadas nem injustificadas, porque um deputado não é uma criança em idade escolar e se crê possuir o necessário para representar o país, fá-lo em consciência, sabendo que não vai necessitar de faltar ao prometido, seja por que razão for.
6. - O Estado tem actualmente um peso excessivo na sociedade civil na medida em que não gera capital suficiente para fazer frente à despesa. Creio no entanto que não se deve cortar gastos na saúde, na justiça, nos apoios sociais, na educação, na ciência e desenvolvimento. Isto são pilares basilares de qualquer sociedade e economia, quando estes abanam ou caiem, a sociedade destrói-se na base. E nós temo-los quase todos em muito mau estado de conservação. é Por isso essencial o Estado criar novas formas de receitas, e organizar-se para que os serviços funcionem melhor com o que possuem e provavelmente, sejam remunerados. Assim:
6.1 - As escolas necessitam de ser locais onde se aprende. Onde há paz. Onde há igualdade. Casos de ofensas a estas três premissas sempre existiram, sempre existiram, cabe a quem a governa que as minimize. A disciplina escolar é um monstro que come a educação por dentro. É o primeiro ponto a ser remendado. O professor necessita de ter mais poder, tem de ser o rei e senhor dentro da sala de aula, dota-lo da possibilidade de enviar alunos que não desejem aprender para fora da sala e dar oportunidade aos outros para o fazer. As salas deveriam ser gravadas: serviam de provas em tribunal no caso de alunos desrespeitosos, serviam para averiguar o comportamento dos alunos e assim perceber melhores maneiras de os ajudar/ ensinar, e seriam transmitidas através de canais públicos (youtube, dailymotion, qualquer serviço vídeo na Internet, acessível a grande parte da população) para que não só os professores fossem eles mesmos alvos de avaliação por qualquer português, como serviriam o ensino à distância.
6.2 - Os Programas necessitam de ser profundamente remodelados. Há muito aluno que não quer estudar porque a escola não interessa. O que isto significa é que não deseja aprender os conhecimentos que lá são dados, mas muito provavelmente gostaria de aprender outros. É assim imperioso que a Escola seja mais prática: ensine carpintaria, mecânica, agricultura, programação, piscicultura e pescas, design web, design gráfico, enfim, matérias que os alunos olhem e percebam que lhes iram ser úteis para fazer alguma coisa da qual possam retirar retorno financeiro, um meio de subsistência. Os alunos, tal como os seus pais e professores, não querem ser miseráveis e pobres, e estar 12 anos numa escola a não saber nada, para nada, não é aliciante para ninguém.
6.3 - Os professores não podem ser contratados indefinidamente. Um mau professor antigo é pior que um bom novo. Não pode parar no tempo. Tem de se actualizar constantemente, estar a par do que se passa no mundo e ensinar aos seus alunos como sobreviver nele. O professor É o exemplo a seguir, É a sabedoria, É a referencia. A carga burocrática tem de ser portanto mínima para que possa ocupar o tempo a actualizar-se e a pensar em maneiras diferentes de chegar aos alunos, e não pode ter uma situação profissional que lhe permita aconchegar-se a um sitio/ situação e nunca mais se preocupar com a sua própria evolução.
6.4 - As escolas gastam muito, estão em mau estado e com pouco pessoal. É preciso estudar o que está errado e, depois, poder actuar com consciência de qual tem de ser a solução para o problema.
6.5 - A saúde idem idem aspas aspas. Os médicos fogem dos hospitais, saltitam para consultórios privados fazendo fortunas. Nada contras fazerem-nas, mas sendo a medicina uma actividade de grande teor humanista, a salvação e apaziguação do sofrimento humano, parece-me lógico que este suplante tudo o resto. Assim, não percebo porque se há-de ocupar camas com pacientes que não vão mais ter qualidade de vida, que não mais se vão curar, que basicamente vivem para sofrer. Permita-se a essas pessoas acabar com a sua vida se assim o desejarem, propiciando-lhes cuidados paliativos se não o desejar. Instaure-se uma forte inspecção médica que minimize a incompetência que infelizmente grassa no nosso sistema de saúde, não se pode permitir por exemplo que médicos tirem o curso e não mais estudem, criando sofrimento com erros que resultam da sua própria ignorância.
6.6 - É necessária uma educação sobre o sistema de saúde e como utiliza-lo, de modo a que o sistema funcione e não se verifique situações como as urgências a abarrotar de utentes que poderiam ser tratados em clínicas de saúde ou postos médicos.
6.7 - O sistema Judicial está um caos. É imperativo simplificar as leis, torná-las mais concisas, menos abertas a diferentes interpretações, e inteligentes. O sistema actual pura e simplesmente apenas serve as bestas que delapidam o País.
6.8 - Existem demasiados apoios sociais. Ou melhor, a sua carga sobre o resto do orçamento de estado é opressivamente grande. Impera reorganizar o sistema de apoio. Como? a minha ignorância não me permite responder, necessitaria de um conhecimento profundo de como se gasta o dinheiro e para depois poder entender como este poderia ser melhor distribuido.
7. - A economia está de rastos e vai continuar de rastos enquanto a remuneração de referência for um valor que não permite sequer pagar uma renda e comprar comida. O problema da economia portuguesa reside no facto de a sua maioria não ter capacidade de consumir serviços, bens, ou os luxos mais simples. um quarto alugado custa em média 250 euros. Uma casa, sem grande qualidade, cerca de 500 euros. O ordenado mínimo é 475 euros. Não chega sequer para o aluguer de uma habitação. O ordenado mínimo serve de base ao sector privado, não é preciso um génio para compreender o quão absurdo é defender que estes baixem, pois tal só contribui para um afundar mais rápido do País. É que contrariamente a dar grandes somas de dinheiro a algumas pessoas, isto faz com que muita gente possa começar a gastaram possa começar a olear as engrenagens do consumo interno, faça o dinheiro circular dentro do país, faça com que muita gente vá lentamente enriquecendo, já tendo esperança, vá fazendo alguma coisa. Caso contrário, vai-se estar a dar dinheiro a umas poucas grandes companhias que findas as benesses financeiras vão para outro país. São necessários, mas não tão necessários como a população inteira a contribuir para a recuperação económica. Fora o facto de que permitem os governantes encher o bolso com mais dinheiro, desejo eternamente presente em quem tem algum poder. Assim, cerca de 700 euros de ordenado mínimo nacional, como na vizinha Espanha (com a qual partilhamos imensa coisa, como por exemplo um custo de vida semelhante (se não igual) e um preço de combustível mais elevado), permitia já algum desafogo e poupança, evitando miséria mais profunda e despesas em ajudas sociais. Até os governantes passariam a ganhar 3500 euros em vez de 2375 euros. É quase só vantagens.
8. - Em Portugal não compensa ser produtivo. Não compensa ser competente. Não compensa ser profissional. Regra geral, as chefias não são responsáveis, não têm em mente o crescimento empresarial nem o bem estar dos seus empregados, e isto é um bom e firme passo para não existir. Como exemplo, a Google: horários de trabalho flexíveis, boa alimentação dentro da empresa, salas de descanso, sítios agradáveis de estar (e trabalhar), exigência de resultados. Não é certamente a fórmula mágica para o sucesso, nem se adapta a tudo, mas é um sinal de como se impõe no mercado inteligentemente (e convenhamos, o que a Google fez poderia ser feito nos USA, na França, na Grécia, em Portugal ou na Roménia, o lugar no mundo da web é do que menos importa). Em Portugal, se alguém tem uma ideia melhor que o seu superior hierárquico das duas uma: ou dá um passo para o despedimento por fazer sombra a este, ou vê o seu valor ser roubado sem o mínimo pudor. Isto é claramente errado. Não há empresa assim que seja produtiva, descodificando: a produtividade da maioria dos empregados é esmagada por decisões idiotas dos seus superiores. Esta gente que se vai desemerdando no meio empresarial português sem a mínima preocupação pelos seus erros idiotas e completa irresponsabilidade não pode ser levada a sério. Um dos grandes problemas portugueses é a incompetência das chefias (sejam elas em que profissão forem, em que negócio forem, em que lugar for da escala hierárquica de qualquer empresa). Como mudar as chefias é algo irreal e impossível, a única maneira de contornar este problema, evitá-lo e remendá-lo parece-me ser uma agressiva e forte fiscalização das leis de emprego, também estas necessitadas de profundas mudanças.
O Portugal de hoje não sobrevive muito mais tempo, não tem condições para sonhar consegui-lo. A curto - médio prazo não tem também grandes condições de o fazer. Resta-nos olhar para o futuro e moldá-lo à sobrevivência. Isto tem de mudar, Nós temos de mudar, sobre risco de não mais sermos nós, não mais sermos coisa alguma. A mudança, essa necessidade eterna e inevitável, peca por tardia, e ou a consciencializamos agora, ou sofremo-la impreparadamente no futuro. Está nas nossas mãos, na geração vigente e na minha, arquitectar um futuro mais brilhante para Portugal. Decisões que nos permitam no futuro existir com condições. Parece-me a mim que a aposta nas energias renováveis é uma boa aposta, servir-nos à para não comprar energia, não estragar o ambiente, para poder vender emissões de carbono, para não ser vitimas dos choques petrolíferos que irão acontecer com cada vez mais recorrência no futuro. Isto no entanto serve-nos enquanto o resto do mundo não se adapta às novas necessidades. É um bom (muito bom) ponto de partida, que deveria até ser mais rápido e reforçado (por exemplo, a obrigatoriedade de todas as novas construções serem energicamente eficientes, não gastando energia, sendo o que se produz em centrais eléctricas energia para venda e industria). Mas isto só não nos permite a sobrevivência, é preciso ver e olhar o mundo para saber o que lhes vender e como nele sobreviver. Isto, a actualidade, é uma guerra pacifica que temos de ganhar sobre risco de sermos vencidos por nós próprios.
Nós, humanos, apesar de possuirmos uma personalidade própria, agimos para com o mundo do modo como o mundo age connosco, parece-me ser uma atitude defensiva basilar da sobrevivência humana, e apesar também de este país não tratar os seus cidadãos decentes de um modo minimamente aceitável, eu considero que não tenho como missão existencialista destruir-lhe o futuro como ele tão bem tenta destruir o meu (nosso), mas sim, atitude revestida de preocupação para comigo e para com quem comigo também habita esta terra (essencial a qualquer cidadão), tentar encontrar alternativas para que a Grande Porca use as suas tetas para todos os portugueses, e não para quem demonstra ser bacorinho.
Junto-me assim ao coro de vozes revoltosas com a distinção de pensar no que digo antes de largar o bitaique e não possuindo uma agenda própria, já que pessoalmente não me revejo na sociedade actual portuguesa e pretendo viver grande parte da vida longe dela. Tentarei por isso olhar para Portugal como um problema crónico que necessita de uma cura e não um analgésico e penso rápido, que dispensa as as mezinhas e rezas dos antepassados, mas sim as soluções do pensamento crítico possível hoje.
É-me evidente que em Portugal o Estado é Rei. E contrariamente ao que muita gente pensará, não julgo que isso por si só seja negativo. Da maneira como está implementado hoje é-o certamente, mas na sua essência parece-me até uma lógica positiva. Porque o Estado, Nós, necessitamos de um Estado forte e vigilante, graças à profunda cultura de chico-espertismo que grassa na nossa sociedade. Este é, no entanto, tão vulnerável a esse vírus intelectual como qualquer outra instituição. E isso é necessário combater. E combate-se como? Bom, não possuo resposta milagrosa, muita gente terá certamente uma visão mais correcta que a minha, mas do resultado de uma pequena reflexão surge-me como resposta a imperiosa necessidade de impedir que posições de governo sejam compatíveis com mais tardias recompensas profissionais. Um cargo público tem de ser um cargo de serviço civil, nada mais. Assim, proponho:
1. - Um membro de governo não pode ter qualquer relação com qualquer empresa (pública, privada, público-privada, não interessa) nos 10 anos seguintes à cessação do seu mandato, caso o seu ordenado seja superior ao que auferia enquanto pertencente ao governo.
2. - O ordenado de qualquer membro de governo não pode ser superior a 5 vezes o ordenado mínimo nacional. Parece-me lógico que alguém que governa maioritariamente pessoas que recebem o ordenado mais baixo possível no pais não tenha a estes uma distancia monetária muito superior aos seus súbitos, apenas assim compreende o impacto das decisões que impõe.
3. - Toda e qualquer decisão que implique gastos do erário público necessita de concurso público. Isto quer dizer que não mais existiria qualquer contracto com adjudicação directa. Impede-se assim o desfalque das contas públicas e uma maior igualdade de oportunidades entre a população.
4. - Ser deputado é uma representação parlamentar da opinião pública. Cada deputado representa as decisões e opiniões de toda a população portuguesa, é para e por isso que lá está. Ser deputado portanto é um serviço que obriga a constante modificação de pessoal, pois as pessoas não sabem constantemente o que o povo deseja, nem representa constantemente toda a gente. Parece-me lógico por isso que ninguém possa ser deputado mais de 10 anos. E que o ordenado auferido por estes não possa ser superior a 3 vezes o ordenado mínimo nacional. Isto evita que alguém utilize o cargo de deputado para proveito próprio e não para proveito público, ao fornecer-lhe uma remuneração que não cola com o estilo de vida faustoso a que aquela corja está habituada, obrigando-os a ter profissão declarada, com rendimentos declarados, e usando o cargo de deputado como um extra onde vai servindo a população geral. Não mais se fará de cargos políticos uma carreira profissional. Para reforçar isto, os deputados deixam de ser escolhidos pelo líder do partido politico. Sofrem sufrágio como os próprios lideres, estão sujeitos à escolha pública.
5. - Representar a vontade dos Portugueses é a razão pela qual o parlamento existe, legislar as leis que facilitam e ordenam a vida da população. Faltar a este dever é absurdamente desrespeitoso para com todos. Qualquer deputado que o desrespeite tem assim de ser chamado à responsabilidade desta falha para com o povo português: paga 10% do ordenado por cada vez que falta à assembleia, podendo faltar no máximo 10 vezes. E não existem faltas justificadas nem injustificadas, porque um deputado não é uma criança em idade escolar e se crê possuir o necessário para representar o país, fá-lo em consciência, sabendo que não vai necessitar de faltar ao prometido, seja por que razão for.
6. - O Estado tem actualmente um peso excessivo na sociedade civil na medida em que não gera capital suficiente para fazer frente à despesa. Creio no entanto que não se deve cortar gastos na saúde, na justiça, nos apoios sociais, na educação, na ciência e desenvolvimento. Isto são pilares basilares de qualquer sociedade e economia, quando estes abanam ou caiem, a sociedade destrói-se na base. E nós temo-los quase todos em muito mau estado de conservação. é Por isso essencial o Estado criar novas formas de receitas, e organizar-se para que os serviços funcionem melhor com o que possuem e provavelmente, sejam remunerados. Assim:
6.1 - As escolas necessitam de ser locais onde se aprende. Onde há paz. Onde há igualdade. Casos de ofensas a estas três premissas sempre existiram, sempre existiram, cabe a quem a governa que as minimize. A disciplina escolar é um monstro que come a educação por dentro. É o primeiro ponto a ser remendado. O professor necessita de ter mais poder, tem de ser o rei e senhor dentro da sala de aula, dota-lo da possibilidade de enviar alunos que não desejem aprender para fora da sala e dar oportunidade aos outros para o fazer. As salas deveriam ser gravadas: serviam de provas em tribunal no caso de alunos desrespeitosos, serviam para averiguar o comportamento dos alunos e assim perceber melhores maneiras de os ajudar/ ensinar, e seriam transmitidas através de canais públicos (youtube, dailymotion, qualquer serviço vídeo na Internet, acessível a grande parte da população) para que não só os professores fossem eles mesmos alvos de avaliação por qualquer português, como serviriam o ensino à distância.
6.2 - Os Programas necessitam de ser profundamente remodelados. Há muito aluno que não quer estudar porque a escola não interessa. O que isto significa é que não deseja aprender os conhecimentos que lá são dados, mas muito provavelmente gostaria de aprender outros. É assim imperioso que a Escola seja mais prática: ensine carpintaria, mecânica, agricultura, programação, piscicultura e pescas, design web, design gráfico, enfim, matérias que os alunos olhem e percebam que lhes iram ser úteis para fazer alguma coisa da qual possam retirar retorno financeiro, um meio de subsistência. Os alunos, tal como os seus pais e professores, não querem ser miseráveis e pobres, e estar 12 anos numa escola a não saber nada, para nada, não é aliciante para ninguém.
6.3 - Os professores não podem ser contratados indefinidamente. Um mau professor antigo é pior que um bom novo. Não pode parar no tempo. Tem de se actualizar constantemente, estar a par do que se passa no mundo e ensinar aos seus alunos como sobreviver nele. O professor É o exemplo a seguir, É a sabedoria, É a referencia. A carga burocrática tem de ser portanto mínima para que possa ocupar o tempo a actualizar-se e a pensar em maneiras diferentes de chegar aos alunos, e não pode ter uma situação profissional que lhe permita aconchegar-se a um sitio/ situação e nunca mais se preocupar com a sua própria evolução.
6.4 - As escolas gastam muito, estão em mau estado e com pouco pessoal. É preciso estudar o que está errado e, depois, poder actuar com consciência de qual tem de ser a solução para o problema.
6.5 - A saúde idem idem aspas aspas. Os médicos fogem dos hospitais, saltitam para consultórios privados fazendo fortunas. Nada contras fazerem-nas, mas sendo a medicina uma actividade de grande teor humanista, a salvação e apaziguação do sofrimento humano, parece-me lógico que este suplante tudo o resto. Assim, não percebo porque se há-de ocupar camas com pacientes que não vão mais ter qualidade de vida, que não mais se vão curar, que basicamente vivem para sofrer. Permita-se a essas pessoas acabar com a sua vida se assim o desejarem, propiciando-lhes cuidados paliativos se não o desejar. Instaure-se uma forte inspecção médica que minimize a incompetência que infelizmente grassa no nosso sistema de saúde, não se pode permitir por exemplo que médicos tirem o curso e não mais estudem, criando sofrimento com erros que resultam da sua própria ignorância.
6.6 - É necessária uma educação sobre o sistema de saúde e como utiliza-lo, de modo a que o sistema funcione e não se verifique situações como as urgências a abarrotar de utentes que poderiam ser tratados em clínicas de saúde ou postos médicos.
6.7 - O sistema Judicial está um caos. É imperativo simplificar as leis, torná-las mais concisas, menos abertas a diferentes interpretações, e inteligentes. O sistema actual pura e simplesmente apenas serve as bestas que delapidam o País.
6.8 - Existem demasiados apoios sociais. Ou melhor, a sua carga sobre o resto do orçamento de estado é opressivamente grande. Impera reorganizar o sistema de apoio. Como? a minha ignorância não me permite responder, necessitaria de um conhecimento profundo de como se gasta o dinheiro e para depois poder entender como este poderia ser melhor distribuido.
7. - A economia está de rastos e vai continuar de rastos enquanto a remuneração de referência for um valor que não permite sequer pagar uma renda e comprar comida. O problema da economia portuguesa reside no facto de a sua maioria não ter capacidade de consumir serviços, bens, ou os luxos mais simples. um quarto alugado custa em média 250 euros. Uma casa, sem grande qualidade, cerca de 500 euros. O ordenado mínimo é 475 euros. Não chega sequer para o aluguer de uma habitação. O ordenado mínimo serve de base ao sector privado, não é preciso um génio para compreender o quão absurdo é defender que estes baixem, pois tal só contribui para um afundar mais rápido do País. É que contrariamente a dar grandes somas de dinheiro a algumas pessoas, isto faz com que muita gente possa começar a gastaram possa começar a olear as engrenagens do consumo interno, faça o dinheiro circular dentro do país, faça com que muita gente vá lentamente enriquecendo, já tendo esperança, vá fazendo alguma coisa. Caso contrário, vai-se estar a dar dinheiro a umas poucas grandes companhias que findas as benesses financeiras vão para outro país. São necessários, mas não tão necessários como a população inteira a contribuir para a recuperação económica. Fora o facto de que permitem os governantes encher o bolso com mais dinheiro, desejo eternamente presente em quem tem algum poder. Assim, cerca de 700 euros de ordenado mínimo nacional, como na vizinha Espanha (com a qual partilhamos imensa coisa, como por exemplo um custo de vida semelhante (se não igual) e um preço de combustível mais elevado), permitia já algum desafogo e poupança, evitando miséria mais profunda e despesas em ajudas sociais. Até os governantes passariam a ganhar 3500 euros em vez de 2375 euros. É quase só vantagens.
8. - Em Portugal não compensa ser produtivo. Não compensa ser competente. Não compensa ser profissional. Regra geral, as chefias não são responsáveis, não têm em mente o crescimento empresarial nem o bem estar dos seus empregados, e isto é um bom e firme passo para não existir. Como exemplo, a Google: horários de trabalho flexíveis, boa alimentação dentro da empresa, salas de descanso, sítios agradáveis de estar (e trabalhar), exigência de resultados. Não é certamente a fórmula mágica para o sucesso, nem se adapta a tudo, mas é um sinal de como se impõe no mercado inteligentemente (e convenhamos, o que a Google fez poderia ser feito nos USA, na França, na Grécia, em Portugal ou na Roménia, o lugar no mundo da web é do que menos importa). Em Portugal, se alguém tem uma ideia melhor que o seu superior hierárquico das duas uma: ou dá um passo para o despedimento por fazer sombra a este, ou vê o seu valor ser roubado sem o mínimo pudor. Isto é claramente errado. Não há empresa assim que seja produtiva, descodificando: a produtividade da maioria dos empregados é esmagada por decisões idiotas dos seus superiores. Esta gente que se vai desemerdando no meio empresarial português sem a mínima preocupação pelos seus erros idiotas e completa irresponsabilidade não pode ser levada a sério. Um dos grandes problemas portugueses é a incompetência das chefias (sejam elas em que profissão forem, em que negócio forem, em que lugar for da escala hierárquica de qualquer empresa). Como mudar as chefias é algo irreal e impossível, a única maneira de contornar este problema, evitá-lo e remendá-lo parece-me ser uma agressiva e forte fiscalização das leis de emprego, também estas necessitadas de profundas mudanças.
O Portugal de hoje não sobrevive muito mais tempo, não tem condições para sonhar consegui-lo. A curto - médio prazo não tem também grandes condições de o fazer. Resta-nos olhar para o futuro e moldá-lo à sobrevivência. Isto tem de mudar, Nós temos de mudar, sobre risco de não mais sermos nós, não mais sermos coisa alguma. A mudança, essa necessidade eterna e inevitável, peca por tardia, e ou a consciencializamos agora, ou sofremo-la impreparadamente no futuro. Está nas nossas mãos, na geração vigente e na minha, arquitectar um futuro mais brilhante para Portugal. Decisões que nos permitam no futuro existir com condições. Parece-me a mim que a aposta nas energias renováveis é uma boa aposta, servir-nos à para não comprar energia, não estragar o ambiente, para poder vender emissões de carbono, para não ser vitimas dos choques petrolíferos que irão acontecer com cada vez mais recorrência no futuro. Isto no entanto serve-nos enquanto o resto do mundo não se adapta às novas necessidades. É um bom (muito bom) ponto de partida, que deveria até ser mais rápido e reforçado (por exemplo, a obrigatoriedade de todas as novas construções serem energicamente eficientes, não gastando energia, sendo o que se produz em centrais eléctricas energia para venda e industria). Mas isto só não nos permite a sobrevivência, é preciso ver e olhar o mundo para saber o que lhes vender e como nele sobreviver. Isto, a actualidade, é uma guerra pacifica que temos de ganhar sobre risco de sermos vencidos por nós próprios.